quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Plano de carreira para o Magistério público estadual

Plano de carreira do magistério público de SP

Hoje tivemos uma discussão acalorada na escola sobre a proposta do governo de formação de equipes nas escolas para discussão sobre um novo plano de carreira para o magistério.

“Resolução SE-7, de 10-2-2011  -Para ver na íntegra clique aqui.
Constitui Grupo de Trabalho para elaborar propostas de reestruturação do Estatuto do Magistério Paulista e dos Planos de Carreira, Vencimentos e Salários para os integrantes dos Quadros do Magistério e de Apoio Escolar”

A nossa discussão não foi sobre as possíveis propostas que poderíamos fazer, mas sim na descrença de grande parte dos professores sobre a possibilidade de o governo estar querendo nos ouvir, de que essa proposta é apenas para que o plano de carreira, quando entrar em vigor, pareça ter sido criado a partir de um grande diálogo com a comunidade escolar.
È fácil entender a descrença e o desanimo do professorado paulista. Há anos somos responsabilizados por todas as mazelas que ocorrem na educação, tudo é “culpa” do professor. Levamos “paulada” de todos os lados e a sociedade, na maioria das vezes, não nos apoia.
Temos um novo secretário na pasta da educação, o sr. Herman Voorwald, mas a gestão PSDB é a mesma há 16 anos – Mario Covas (1996-2001), Geraldo Alckmin (2001-2006),  Cláudio Lembo (2006-2007), José Serra (2007-2010), Alberto Goldman (2010-2011) e novamente o Alckmin....Nossa!!! Isso já é dinastia!!!
Ao longo desses anos, as decisões foram tomadas nos gabinetes da secretaria da educação, as bases não foram ouvidas e tudo foi resolvido com decretos e resoluções.
Portanto, quando aparece uma proposta dessas é óbvio que haja muita desconfiança.
Correndo o risco de parecer “Pollyanna”, tendo a ver essa proposta com bons olhos, pois é uma primeira sinalização de que é preciso consultar as bases. Essa consulta não resultará em nada? Pode ser, mas podemos tirar algum proveito dela. É uma oportunidade para estudarmos o atual plano de carreira, que muitos professores desconhecem (absurdo!), podemos nas nossas Unidades Escolares, iniciar um processo de discussão mais politizado (politizar o discurso e ação educacional e não partidarizar), afinal vemos professores que receberam uma formação acadêmica totalmente despolitizada, que chegam nas escolas sem a consciência do papel político da educação.  
Infelizmente os HTPC’s não nos proporcionam um debate rico nesse sentido.
Também vejo com bons olhos as declarações do sr. Voorwald de que é necessário um plano de carreira e valorização do magistério. Politicagem? Discurso vazio para ganhar os mais incautos? Pode até ser! Na verdade, até penso que é mesmo. Porém uma luz apareceu no fim do túnel: essa foi a primeira vez nesses 16 anos que alguém do alto escalão, e no caso, o próprio secretário, afirmou publicamente que o magistério publico paulista precisa de um plano de carreira urgentemente, que precisa de ser valorizado, ou seja, a partir desse discurso não dá mais para eles negarem o problema, como fizeram durante todos esses anos. Ficou claro que estamos à deriva e cabe eles tomarem o leme desse barco, senão ficará difícil para o Alckmin pleitear  o planalto nas próximas eleições.

Mirtes

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